A palavra “matambre”, segundo é dito por alguns, tem sua origem na vinda dos colonizadores de língua espanhola, que quando aqui chegaram, dispensavam essa parte da costela do boi em suas refeições e davam-na aos escravos para “matar la hambre” (matar a fome, em espanhol).
A localização deste corte – matambre - está na estrutura muscular do boi, cobrindo a costela como um “air bag” fino, lateral e permanente. Ele fica colado, entre a costela e o couro do animal e é uma manta formada por tecidos fibrosos e gordura. Aqui no Brasil, é conhecido por “ponta de agulha” ou “costilhar”.
Na hora de limpar a costela para assar inteira, deve-se também tirar o matambre, porque seu ponto de cozimento exige ainda mais tempo para ser atingido.
Na história da colonização do Rio Grande do Sul, realidade e mito se confundem quanto a o tradicional consumo de churrasco. O mito é o de que o peão levava uma vida aventurosa e não dispensava o espeto de carne diário. mas a realidade é diferente. Até o início do século XVII, o gado ainda era selvagem, só o couro tinha valor comercial, e a carne era distribuída entre os peões. Tudo mudou quando, a partir de 1780, a carne passou a ser salgada nas charqueadas, e exportada para todo o Brasil e mesmo para o exterior. Assim, o peão virou empregado e passou a trabalhar duro, e o churrasco escasseou demais. Para o homem simples, a carne de segunda ou de terceira era a saída, e mesmo assim meio cara, e só de vez em quando: tinha que ser misturada com outros ingredientes para render, e precisava que se apurasse o jeito culinário de fazê-la, para amaciar e ficar mais gostosa. Assim nasceu o matambre recheado, delícia do dia-a-dia sulino, tanto em Porto Alegre quanto no interior.
Tenho certeza que muitos de vocês terão uma boa receita de família ou mesmo sejam autores desta iguaria. Mas como tem gente que não conhece e por ser uma opção bem em conta, nesta época em que o preço da carne não está acessível para a maioria dos brasileiros, vou trazer uma receita argentina que espero possa ser do agrado de todos. Vamos a ela? Então, anotem!
Ingredientes
1 peça de matambre (cerca de 4 kg)
300g de bacon em cubinhos
300g de linguiça de pernil sem a tripa
2 pimentões vermelhos picados
3 cenouras picadas
3 cebolas picadas
1 ½ xícara de chá de chimichurri
1 xícara de chá de suco de abacaxi
1 xícara de chá de vinho tinto seco
1 cabeça de alho espremida
sal grosso para temperar
Fazendo
Marine o matambre na vinha d'alho (misture o suco de abacaxi, o vinho, o alho e o sal) com chimichurri por 6 horas ou de um dia para outro. Recheie o matambre com o restante dos ingredientes. Enrole e amarre bem. Envolva o matambre em papel celofane próprio para assados e leve ao forno alto 250°C por 1 hora e meia. Retire do forno, retire também o papel celofane e leva para churrasqueira para terminar de assar; ou leve ao forno de volta e termine de assar no grill, até ficar bem dourado (virando a peça de vez em quando).
Este é um prato que tanto pode ser servido quente como frio. Das duas maneiras fica uma delícia!
Bom apetite!
Amei isso!!! quando inaugurar minha nova grelha vou experimentar!
ReplyDeleteFaça isso Ivaneide! Tenho certeza que você irá gostar!
DeleteMatambre e a capa da costela e nao ponta de agulha (P.A.) ponta de agulha e um jeiro diferente de cortar a costela.
ReplyDeleteThanks for writinng
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