De
cada 150 estudantes, apenas 15 viram chefs
A popularização do termo
gastronomia ultrapassou os limites geográficos da cozinha e parou nas
faculdades. Viver com as mãos com cheiro de cebola, respirando temperos e
afinando sabores deixou de ser uma missão de quem vivia, há até alguns anos,
escondido entre as paredes de uma peça que nem era integrada com o restante da
casa. A cozinha deixou de ser um local isolado. Nela não está mais a pessoa que
muitos queriam esconder.
Estar na cozinha virou
charme. Cozinhar para a família e os amigos virou sinal de aconhego. A
gastronomia se popularizou, ganhou pitadas de glamour. E levou consigo uma
legião de seguidores. Muitos dos quais descobrem que glamour e gastronomia são
duas palavras que, para andarem juntas, requerem muito mais que um período nos
bancos das faculdades. Na maioria das vezes, estar na faculdade de gastronomia
não garante o carimbo de chef no currículo. A média é que, para cada 150
estudantes, apenas 15 virem chefs profissionais. Até porque há chefs que não
engrossaram as fileiras acadêmicas, e há muitos estudantes de gastronomia que
nunca chegarão a ter esse título.
“O pessoal vê a
gastronomia como glamour, e ela não é glamour. Gastronomia é difícil. Apenas
20% dos alunos que se formam em gastronomia se transformam em chefs. E destes,
10% desistem porque não conseguem se firmar no mercado. Gastronomia não é nada
fácil e não tem nada de glamour. É preciso muito mais para ser um chef”, afirma
Sebástian Parasole, coordenador do curso de Gastronomia do IESB, em Brasília.
Ao longo dos anos, o
argentino Sebástian Parasole tem acompanhado um crescimento substancial na
procura por aperfeiçoamento na área. São jovens, adultos e até mesmo idosos que
buscam os bancos da faculdade de gastronomia com a meta de se tornar um chef.
Ah, o “chef de cozinha”. Aquele ser que tem o “chef” incorporado ao nome, e que
tem a capacidade de transformar os mais diferentes ingredientes em uma explosão
de sabores e texturas até aos paladares mais refinados.
A conclusão do curso de
gastronomia, porém, não significa a incorporação automática do título de chef.
Para ser um, é preciso muito mais que um diploma. E a realidade do mercado
gastronômico é bem diferente do que a encontrada nos bancos universitários. “Muitos
procuram a faculdade para aprender a cozinhar, querem saber receitas. Isso não
é gastronomia. E aí, quando se formam, acreditam que o curso é suficiente para
colocá-los no mercado. Não é bem assim. É preciso aprender sempre mais, o
máximo que tiver oportunidade, treinar em restaurantes de diferentes estados,
do mundo. Para ser um bom chef, é preciso também saber limpar chão. E nem todos
entendem isso”, resume o chef Parasole.
Publicado por Iara Lemos no site: www.aperitivado.com.br em 2016/02/11/
De cada 150 estudantes, apenas 15 viram che
De cada 150 estudantes, apenas 15 viram chefs
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