Uma
nova tendência na alimentação vem reunindo cada vez mais, novos adeptos. Um
contraponto ao modismo (urbano, sejamos justos) do fast food, essa nova maneira
de preparar os alimentos é um resgate ao que chamam de “cozinha emocional”; ou
seja, a memória daquilo que nos deu prazer na infância; de situações agradáveis
que nos trazem à lembrança, momentos inesquecíveis; aromas que tocam nossa memória
afetiva; enfim, aquilo que nos dá conforto e nos faz sentir bem.
Deparei-me
com um artigo bem interessante, que li na revista Casa e Comida, deste mês, que
trata desse assunto. Com texto de Marília Scalzo, temos uma boa oportunidade de
ler e refletir sobre o que comemos, como comemos, em que circunstância comemos
determinados pratos, e de como nos sentimos ao saboreá-los.
O texto inicia citando Marcel Proust,
que em uma de suas publicações – No Caminho
de Swann – narra que o escritor francês põe na boca um pedaço de bolo doce,
chamado madeleine, amolecido em infusão de tília. O gosto das duas coisas
misturadas desperta sua memória e leva-o de volta ao passado, à sua infância na
cidade de Combray.
Porém, ao comer um alimento que nos
lembre da infância, podemos até sentir a paz e tranquilidade de que precisamos,
mas também pode trazer sérios prejuízos à dieta, caso seja consumido
rotineiramente (obesidade abdominal o que pode levar a doenças
cardiovasculares, diabetes tipo II e acidente vascular cerebral, doenças
cardiovasculares), pois nem sempre são alimentos saudáveis, depende do passado
e da memória gustativa de cada um. Docinhos, salgadinhos, bolachas e outras
guloseimas podem ser confort food!
Como também, a lasanha, a torta de morango ou mesmo a banana com aveia e mel.
"Os nossos estudos sugerem que
se aplica o conforto alimentar como travões de um elemento-chave do estresse
crônico", diz estudo de Norman Pecoraro, PhD, professor de fisiologia da
Universidade de Califórnia. E isso poderia explicar, ele diz, porque muitas
vezes é procurado alívio em tais alimentos por pessoas com stress, ansiedade ou
depressão. Ele também poderia ajudar a explicar a bulimia e outros transtornos
alimentares.
Neste aspecto a nutrição destaca-se
por não proibir ou eliminar estes alimentos que de certa forma oferecem bem
estar aos indivíduos, mas orientar quanto, como e quando devem ser ingeridos e
até mesmo adequações que possam ser feitas, de maneira a torná-los talvez mais
saudáveis. O consumo do confort food
deve ser direcionado para alimentos mais funcionais e naturais, oferecendo
assim bem-estar e melhor qualidade de vida, com todo o prazer contemplado.
Importante lembrar que, atualmente, o aumento da incidência de doenças
coronárias, pressão arterial, obesidade e outras, estão ligadas à má
alimentação no dia a dia e não pelo esporádico e equilibrado de preparações
e/ou alimentos tão importantes na vida de cada um.
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