Tuesday, April 24, 2012

Lugares que eu visitei - Deli Bizarra




Em novembro do ano passado, eu estive no Rio de Janeiro e encontrei-me com um amigo de infância, Eduardo Widmar, o “Puck”; que me convidou para conhecer a pizzaria de seu filho Pedro, que tinha voltado ao Brasil, vindo dos Estados Unidos e estava iniciando este empreendimento gastronômico, juntamente com seu sócio irlandês, Gerry, no bairro do Leblon.
Convite feito. Convite aceito. E que boa surpresa, pois eu não tinha a menor ideia do quanto original era a pizzaria do Pedro Widmar.  Resolvi a partir daquele dia, iniciar uma coluna aqui no blog Cozinhando com Amigos chamada: Lugares que eu visitei - para publicar matérias e entrevistas a respeito de restaurantes, padarias, espaços gourmets e outros estabelecimentos que trouxessem um diferencial de excelência tanto no atendimento quanto em seus cardápios. Todos os lugares que eu visitar e gostar, publicarei aqui, compartilhando com os amigos, o endereço destes saborosos lugares.
Sendo assim, quem faz a estréia da coluna é a Deli Bizarra – Uma pizzaria Nova Iorquina na zona sul do Rio de Janeiro.



Pedro, mesmo sabendo que o Rio de Janeiro tem um grande número de pizzarias, o que motivou vocês a abrirem mais uma e em plena zona sul? Como surgiu a ideia da Bizarra?

A Bizarra foi baseada na falta de um lugar no Rio de Janeiro, que fizesse uma boa pizza nova iorquina. Massa caseira feita à mão, sovada com toque, fermentada no frio, com carinho e cuidado que só o amor pela massa, tem como proporcionar. Daí, pensamos também: Já que vamos fazer massa original e pizza diferente, porque não fazer com coberturas mais sofisticadas e diferentes também?. Passei meses aperfeiçoando minha receita para o clima do Rio de Janeiro. Criei um molho de tomate que eu pudesse trabalhar dia a dia, já que a minha receita tradicional leva mais de 15 horas para reduzir. Pensamos também na questão do preço. Não gostamos de pagar caro para comer bem; por isso, na Bizarra trabalhamos com um cardápio bem diversificado e diferenciado, que disponibiliza culinária clássica, da terra, por preços familiares. Somos na realidade uma “deli de bairro” (delivery).


Então, a proposta do Bizarra não é o de ser simplesmente uma pizzaria.  E o que faz esta diferença?

     O conceito de Deli (delivery) é um conceito de atendimento ao bairro mesmo. Onde o cliente conhece a equipe, aperta a mão da pessoa que faz sua comida, e seu prato sai sempre idêntico ao da outra vez em que ele pediu. Neste sentido, decidimos deixar a frente da loja aberta, convidativa, com um sorriso na frente, e um abraço na saída. O conceito tradicional de “Deli” une loja de produtos com culinária caseira. Assim você não só come lá, como também leva seus pães, seus molhos, seus doces para casa. Somos uma casa para comer no dia a dia, quando falta a vontade de cozinhar, mas ainda quer comer bem e saudável. Sem muitas pretensões, sem ambiente elitizado, simples, bom e direto.

Você tem um sócio que não é brasileiro. Quem é ele?

    Meu sócio chama-se Gerry Grant, irlandês, sem experiência de cozinha fora da Bizarra, mas um amante de comida e metódico trabalhador de construção. Eu o ensinei a produzir pratos e executar técnicas de cozinha italiana e fiquei impressionado com sua capacidade de reproduzir exatamente o que lhe foi ensinado; pois os pratos que faço da cozinha italiana, são normalmente, os mais difíceis de fazer. Um parceiro fiel.
 


Como foi que você entrou neste ramo da gastronomia 

Meu primeiro contato com a culinária bem jovem, aos 3 anos talvez, comendo o lendário filet a piemontese no Bar do Beto em Ipanema. Lembro-me de sentir alguma conexão forte com comida, naquele momento; tanto que eu tenho esta imagem bem nítida em minha memória. 
Com 15 anos fui trabalhar numa loja de sorvetes que também fazia sanduíches. Adorava preparar os pratos e tinha muito prazer em ver a linha de montagem e a fluidez do preparo. Isso me motivou depois a procurar trabalho em restaurantes; mas todo mundo queria me colocar na frente da casa. Foi um chef de cozinha italiano, quem primeiro me deixou entrar na cozinha; porém com o trato que durante o fim de semana eu trabalharia como garçom. Ali eu aprendi muito e consegui desenvolver um talento que era nato. Trabalhei depois disso em restaurantes e em empresas de consultoria de cozinhas, na Inglaterra - o que me deu muita experiência na composição de cardápios. Por isso, creio que minha cozinha é "bizarra", não gosto de nada clássico. Me dá tédio. Gosto de preparar do zero, inovar, criar. Na bizarra não é incomum encontrar carbonara de amoras de Logan ou saladas mistas com morangos, pizzas de pétalas de beterraba etc.

Há quanto tempo o Bizarra existe?

    A Bizarra já faz 7 meses, decidimos não fazer publicidade tradicional, pois queremos que o conceito e a qualidade cresçam naturalmente. Boca a boca, e com principalmente, com ênfase na boca! (risos).


 Quais os pratos principais? E o mais pedido?

    O prato mais pedido é a massa Della Nonna, mas de forma geral, a pizza tem mais saída. A Bianca Bizarra, com alcachofras, azeitonas verdes, molho de gergelim caseiro, e pimenta calabresa, na base de alho, é a mais pedida!!!

  
Vocês tem plano de expandir a Bizarra, aqui no Rio ou em outro lugar?

   A Bizarra quer ser exclusiva e pequena de bairro mesmo, portanto gostaria de poder fazer disso um conceito mais amplo. Implementar novas bizarras, porém, só poderia ser feito com pessoas especiais, que pudessem garantir nossa qualidade. Até encontrá-las e treiná-las continuaremos a ser casa única.

Endereço: Rua Dr. Marquês Canário, 24 – Leblon - Rio de Janeiro

Horário de funcionamento
De 2ª a 5ª feira: 11:30h / 22:00h
6ª feira: 11:30h / 23:00h
Sábado: 4:00h / 23:00h
Domingo: 16:00h / 22:00h

Telefones: (021) 2137.8117 / (021) 2137.8121

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