Semana passada, vi
rapidamente um programa na TV a cabo, onde um “chef” de cozinha, histérico,
dava ordens a seus auxiliares, onde havia um disputa entre equipes. Não vi o
suficiente para entender qual era a lógica do programa, mas o pouco que vi pude
perceber o quanto havia de fantasia naquelas cenas.
O chefe (isto mesmo, che-fe) Gordon Ramsay, vociferava com seus auxiliares, humilhando-os e
ofendendo-os, numa clara demonstração de como não se deve fazer em qualquer que
seja a área profissional em que se atue. Parecendo que esta atitude é o
“normal” de um bom chef, zeloso para que tudo dê certo. Pois sim....
Já conversamos aqui a respeito do status
que criou-se ao nomearem “chef” todo e qualquer cozinheiro; virou moda ser
chef. Mas sabemos que a diferença entre um e outro está apenas na função que
cada um exerce ao administrar seu “território” - uns administram macro, outros
micro.
Por conta deste assunto,
vi que a atual novela da Globo, a produção apresenta uma caricatura do que ela
imagina que seja ou haja um Chef restauranteur. Parece personagem de desenho
animado; sempre simpático e arrumado recebendo todos os clientes (cadê o maître
do restaurante?) e ao atravessar o portal que liga o salão a cozinha,
transforma-se em um sujeito mau humorado e neurótico, e até mesmo desconhecendo
totalmente o que será servido no cardápio. Vira e mexe, ele pergunta ao
cozinheiro chefe, o que ele “vai aprontar desta vez?”. Será que ele não
conversa com seus comendados? Que não discute com eles previamente, o cardápio?
Será que eles mudam de cardápio toda s emana ou todo dia, inovando ao
surpreender sempre os clientes? E se algum dos clientes quiser repetir a
musseline de jabá com jirimum em outro dia? Será que seria atendido?
Mas vamos voltar ao
assunto que me levou a escrever este texto.
É preciso que se saiba que
ser chefe (no sentido explícito da palavra) é exercer uma função (temporária ou
não) que seja tão somente de cumprir regras e metas para que algo seja
realizado e traga o resultado esperado. Seco assim.
Daí, porém, é comum
decorrerem alguns desvios de comando, normalmente por parte do chefe. Quando a
vaidade se sobrepõe a razão e a boa educação, e o que normalmente se vê, são
funcionários com medo do chefe (sem respeitá-lo). O chefe vê seus funcionários
como subordinados que devem seguir suas ordens da maneira que ele acha mais
eficaz, sem pensar no bem-estar coletivo. Ele nunca incentiva ou motiva, já que
acha que realizar um trabalho excelente é dever do funcionário e, quando isso
não é visto, ele faz questão de apontar os erros. O chefe joga a responsabilidade
em cima de sua equipe quando algo não dá certo e se vangloria quando um
objetivo é alcançado. Ou seja, “eu estou sempre certo” e se algo não deu certo
“é porque os outros erraram”. Ser desequilibrado (emocionalmente e
psicologicamente) não é garantia de sucesso para ninguém.
Ser um bom Chef (e aí
embarcamos em nossa praia) é tornar-se um líder. Ser alguém capaz de motivar
sua equipe e fazer com ela vista a camisa literalmente, de seu restaurante ou
do lugar onde todos trabalham – sempre em prol do coletivo. O Chef buscará
resultados, ouvindo sua equipe e encontrando juntos, a melhor maneira de
alcança-los. Deverá sempre estar disposto a experimentar o novo, sabendo que o
desafio do dia a dia, está na busca de novas soluções para velhos problemas –
sejam eles quais forem. Buscar em cada um de seus funcionários, o melhor de si
e equalizar conhecimentos, motivando-os sempre; valorizando o que tenham de
melhor, respeitando suas dificuldades e trabalhando junto com elas para que
possam superá-las. E o mais importante, dividir com toda sua equipe, o sucesso
dos resultados obtidos.
Então, da próxima vez que
você for assistir a algum programa de competição entre cozinheiros, pense nisto
que você leu e reflita. Vale a dica!
Minha irmã diz que é aquele que deixa a acozinha como encontrou rs.
ReplyDeleteMas também, ele pode (e deve) deixar melhor do que encontrou.
DeleteGrato por sua visita Ivaneide e por seu comentário.
Abs.
Luiz - Cozinhando com Amigos