Showing posts with label Bacalhau. Show all posts
Showing posts with label Bacalhau. Show all posts

Monday, September 21, 2015

Arroz de Bacalhau a D. Luiz


Neste fim de semana passado, participei mais uma vez, do Festival Gastronômico do Lago Oeste, aqui em Brasília, em sua 3ª edição. Seguindo nossa tendência em servir comidas mediterrâneas, servi a tradicional receita espanhola da paella valenciana; e também, uma receita de origem portuguesa, um arroz de bacalhau.
Um prato que você pode preparar no dia a dia e que não é caro, uma vez que você usará o bacalhau desfiado, que normalmente você encontra em promoções no supermercado. Mas, tenha certeza de que você está comprando bacalhau mesmo, pois alguns mercados vendem peixe salgado “tipo bacalhau”. Não fica ruim, mas não é a mesma coisa, né?
Nesta receita, eu usei o bacalhau do Porto e arroz parboilizado; fiquem à vontade para usar o arroz de sua preferência – integral, 7 grãos, basmati ou outro. Vamos ver, então, como fazer?


Ingredientes

1 kg de bacalhau desfiado
3 xícaras de arroz
2 cebola grandes cortadas em pétalas
6 dentes de alho
200 g de tomates cereja
250 g de azeitonas pretas
½ maço de salsinha picada
Sal
Azeite

Fazendo
  
Dessalgue o bacalhau de um dia para o outro e reserve. Em uma frigideira de borda alta (pode ser na panela também; mas depois de pronto sirva em uma travessa), frite a cebola em azeite até que fiquem macias e douradas. Acrescente o alho, deixe dourar e em seguida coloque o bacalhau.
É comum o bacalhau soltar um caldo. Mantenha o fogo baixo e vá mexendo o bacalhau, misturando com a cebola e o alho. Abra um espaço no meio da frigideira e coloque o arroz devagar, mexendo para que dê uma leve tostadinha. Acrescente água, até que cubra os ingredientes. Cuidado para não colocar muita água, senão transborda da frigideira!
Mexa o arroz para que ele fique soltinho e vá misturando-o com cuidado com o bacalhau. O fogo deve ser baixo para que o arroz cozinhe por completo. Se perceber que a água está secando muito rápido, diminua mais o fogo e coloque um pouco de água quente para auxiliar no cozimento. Tempere com o sal e continue mexendo devagar da borda da frigideira para dentro e espalhando o arroz na frigideira.
Quando o arroz estiver cozido e a água secar, acrescente os tomates cereja cortadinhos ao meio. Finalize com as azeitonas e a salsinha bem picada. Regue o arroz com uma camada generosa de azeite e sirva imediatamente.

Bom apetite!

Tuesday, April 7, 2015

Peixes - Algumas técnicas para sua conservação


A conservação de alimentos sempre foi um desafio quando se tratava especificamente de peixes e frutos do mar. Antes da criação da refrigeração motora e os transportes refrigerados, era muito difícil alguém comer peixe fresco.
As técnicas de pesca se difundiam em tal escala que a quantidade de peixes pescada era tão grande que o excesso tinha de ser preservada através de técnicas de salga, secagem, defumação, fermentação ou alguma combinação destes tratamentos microbianos.
Peixes preservados são apreciados em diversas partes do mundo, especialmente na Europa e Ásia, apesar do sabor mais acentuado que os dos peixes frescos – mais consumidos aqui no Brasil e atualmente nos Estados Unidos.
Os peixes conservados, porém, não se tornam inferiores na qualidade, por isso; sendo uma opção bem interessante a ser utilizada em diversas receitas.


Peixes secos

Secar alimentos ao sol e ao vento é o método mais antigo de preservação. O peixe fresco tem cerca de 80% de água; com menos de 25% de, as bactérias têm dificuldade para se multiplicar, e o mesmo acontece com os fungos abaixo de 15%. Felizmente a desidratação intensifica e altera o sabor, pois rompe a estrutura das células e assim promove a atividade das enzimas, e por outro lado, concentra as moléculas saborosas a ponto de fazê-las começar a reagir umas com as outras e criar novas nuances de sabor.
A China e o Sudeste Asiático são os maiores produtores e consumidores de peixes e frutos do mar secos. Lá os cozinheiros usam camarões secos inteiros ou moídos para temperar vários pratos; cozinham no vapor e moem vieiras secas antes de acrescentá-las a sopas; reconstituem as carnes duras e secas de abalone, polvo, lula, água-viva, e submetem-nas a cocção lenta até ficarem macias. Fazem o mesmo com barbatanas de tubarão, que emprestam às sopas uma densidade gelatinosa.

Peixes salgados

Os europeus desenvolveram a técnica da secagem dos peixes através da salga destes. Por ser um continente de clima temperado, os peixes estragam facilmente antes de secar o suficiente; por isso a salga é o melhor método de preservação para os pescados. Um dia de salga, preserva o pescado por muitos dias mais, tempo suficiente para levá-los para o interior; ao passo que um peixe com salga de 25% o deixa estável por um ano.


Bacalhau salgado

O bacalhau a tempos é a espécie mais conhecida dentre os peixes salgados no continente europeu, onde o tratamento padrão consistia em abrir o peixe, salgá-lo e deixá-lo sobre rochas e jiraus durante várias semanas para secar. Hoje em dia, o bacalhau pode ser curado por 15 dias para saturar a carne de sal (25%) e depois, conservado sem secagem durante meses.
O bacalhau salgado continua sendo o alimento popular não só em todo o Mediterrâneo como também no caribe e na África, onde foi introduzido na época do tráfico dos escravos. A Escandinávia e o Canadá ainda são os maiores produtores. O bacalhau seco de cor branca é preferido em detrimento ao amarelo e ao avermelhado, pois as cores indicam sabores desagradáveis provocados pela oxidação ou por microorganismos.


Arenque salgado

O arenque pode ser composto de até 20% de gordura em relação ao peso e, portanto, correm risco de se tornar rançosos quando expostos ao ar. Os pescadores medievais resolveram este problema fechando os barris de salmoura, onde se conservavam por até um ano. Então por volta de 1300, os holandeses e os alemães do norte desenvolveram uma técnica rápida de limpeza das vísceras que poupava um pedaço do intestino rico em enzimas digestivas (o ceco pilórico). Durante um a quatro meses de cura em salmoura moderada (entre 16-20%), essa enzimas circulam e suplementam a atividade das enzimas dos músculos e da pele, decompondo as proteínas até criar uma textura macia, convidativa, e um sabor maravilhosamente complexo, que combina a um só tempo notas de peixe, carne e queijo. Esses arenques são comidos no estado em que se encontram, sem dessalga nem cocção.


 Anchovas curadas

As anchovas, parentes próximas do arenque, são curadas na região do Mediterrâneo, com o objetivo de fazer um molho de peixe típico da região. Tiram-se as cabeças e limpam-se os peixes, que são então postos em camadas entremeadas de sal em quantidade suficientes para saturar seus tecidos. Essa massa é prensada e conservada por seis a dez meses em temperatura relativamente alta, entre 15 e 30ºC. Os peixes podem então ser vendidos no estado em que se encontram; alternativamente, os filés são enlatados ou acondicionados em recipientes de vidro, ou moídos e misturados com óleo ou manteiga para formar uma pasta. As enzimas dos músculos, da pele, das células sanguíneas e das bactérias geram muitos compostos de sabor; a concentração destes, aliada à alta temperatura de cura, estimula os primeiros estágios das reações de escurecimento, que geram ainda outra gama de moléculas aromáticas. O resultado é um sabor extraordinariamente complexo que inclui notas de frutas, gordura, fritura, pepino, flores, doces, manteiga, carne, pipoca, cogumelos e malte. Essa complexidade concentrada, aliada ao modo com que a carne curada se funde imediatamente com os demais ingredientes de um prato, fez com que os cozinheiros tenham usado as anchovas como realçador geral de sabor em molhos e outros pratos desde o século XVI.

Referência bibliográfica: Comida e Cozinha - ciência e cultura da culinária, by Harold McGee - Ed. Martins Fontes / 2014.

Tuesday, October 21, 2014

Esqueixada - um prato catalão em sua mesa


Já tem um bom tempo que o modismo de comer peixe cru chegou aos grandes centros urbanos. Vários restaurantes japoneses passaram a fazer concorrência direta com restaurantes franceses, italianos e fast-foods. Sendo maioria da clientela composta de jovens e adultos de meia idade.
Mas nem pensem que vou falar de sushis e sashimis. Vou falar de um prato da culinária mediterrânea; especificamente da culinária espanhola. Isso mesmo. Não se assustem.
Imagino que a maioria de vocês nem desconfiava que havia um uma receita espanhola que tinha como ingrediente principal, peixe cru. Não um peixe cru qualquer, mas o bom e famoso lombo de bacalhau. Considerando-se, porém, que apesar de cru, o bacalhau é curado no sal.
Pois bem, o nome deste prato é Esqueixada, uma salada típica da região espanhola da Catalúnia. Muito popular no verão, a esqueixada é conhecida também como o “ceviche catalão”, podendo ser servida tanto como entrada ou como prato principal.
O nome do prato vem do verbo catalão “esqueixar” que significa rasgar ou desfiar; o que traduz fielmente esta saborosa receita.
Os ingredientes podem variar, mas apesar de ser óbvio, você deverá usar produtos de qualidade.
Bom apetite!

Ingredientes

500 g de lombo de bacalhau dessalgado
1 cebola branca fatiada bem fina
100 g de azeitona preta
4 tomates maduros cortados em pedaços grande
Pimenta-do-reino (opcional)
1 colher de sopa de salsinha picada
Azeite extra virgem (porção generosa)

Fazendo

Desfie com a mão o bacalhau cru em tiras. Coloque-o em uma travessa cobrindo-o com as fatias de cebola. Acrescente as azeitonas pretas e a salsinha picada; finalize com a pimenta-do-reino e o azeite.
Leve à geladeira e deixe curtindo por aproximadamente 1 hora. Sirva em seguida.

Wednesday, September 3, 2014

Bacalhau a milanesa - por Paulinho Pecora


    Esta é a segunda vez que o Chef Paulinho Pecora nos “visita”. Digo isto, por publicarmos mais uma receita fantástica deste amigo, que gentilmente nos autorizou a publicarmos esta receita, que leva a assinatura de sua mãe e que é uma de suas preferidas: Bacalhau a milanesa com molho escabeche.
    Então, não espere até o Natal para provar esta iguaria. Vá amanhã mesmo ao supermercado, compre umas boas postas de bacalhau e saboreie a receita. 
     Leia como fazer.

Ingredientes
6 postas altas de bacalhau com umas 100 gramas cada uma (dessalgadas ou demolhadas por 3 dias)
4 ovos
100 gramas de parmesão ralado fino
50 gramas de queijo pecorino ralado fino
50 gramas de ricota defumada ralada fina
Salsa picada (à vontade)
1 pitada de pimenta do reino branca
30 ml de azeite extravirgem
300 gramas de farinha de rosca
200 gramas de farinha de trigo comum
Óleo de girassol para fritar

Para o molho escabeche
1 copo de vinho branco seco
½ copo de vinagre
1 colher (sopa) de mostarda Dijon
50 gramas de manteiga
Sálvia, tomilho, endro e cebolinha, bem picados (à vontade)
2 cebolas grandes cortadas em rodelas
Sal a gosto

Fazendo
Aqueça o azeite e doure levemente as postas de bacalhau. Tempere com a pimenta do reino e reserve.
Batas os ovos com o mix de queijo e a salsinha, como uma omelete.
Passe as postas primeiro em farinha de trigo, depois nos ovos batidos e depois na farinha de rosca e frite em gordura quente. Reserve.
Para o molho, derreta a manteiga com um fio de azeite e branqueie as cebolas levemente. Acrescente a mostarda e refogue por 2 minutos.
Acrescente o vinagre e o vinho branco e deixe apurar até o álcool evaporar.
Finalize com as ervas grosseiramente picadas.
Em uma terrina ou em um pirex, acomode as postas de bacalhau empanadas e deite o molho por cima. 
Está pronto!

Wednesday, August 20, 2014

Bacalhau Pil Pil


Dentre tantas e tantas receitas que existem de bacalhau, tem uma que me agrada muito e que raramente vejo nos cardápios dos restaurantes que não sejam especializados na nobre cozinha ibérica – o Bacalhau Pil Pil.
Receita de origem do norte da Espanha, muito apreciada pelo povo basco, o Bacalhau Pil Pil, tem em sua feitura a origem de seu nome. Um prato rústico, mas de sabor delicado, utiliza em sua feitura poucos ingredientes, como alho, azeite e pimenta malagueta. Quem come jamais o esquece.
O molho é feito com seu próprio cozimento, uma emulsão, resultado da formação do derretimento da gordura de sua pele em contato com panela – vale lembrar que há uma polêmica em relação em qual recipiente se deve preparar este prato, pois alguns insistem que ele deve ser feito somente em uma caçarola; o que não quer dizer que você não possa fazê-lo em outro tipo de panela.
O resultado é um espetáculo! Anote.

Ingredientes

6 postas de lombo de bacalhau
10 dentes de alho fatiados
300 ml de azeite extra virgem
350 ml de água fria
3 colheres de sopa de salsa picada
Pimentas dedo-de-moça frescas
Sal a gosto

Fazendo

Em uma panela aqueça o azeite e frite as fatias de alho, deixando-as bem douradas. Reserve-as. Em fogo baixo, frite o lombo de bacalhau (previamente dessalgado), de dois em dois, com a pele voltada para o fundo da frigideira, tomando cuidado para não ferver o azeite. A temperatura deve ficar sempre abaixo da ebulição da frigideira. Este é o processo conhecido por confit, que é um tipo de cozimento de alimentos em gordura, em que se emprega baixa temperatura e por uma duração maior para não prejudicar a cadeia de fibras do alimento que é cozido. Esse método oferece maciez e textura ao alimento. 
À medida que o bacalhau vai ficando confitado no azeite, a pele vai largando um líquido esbranquiçado que é constituído por gelatina.
Retire os lombos fritos e disponha-os em uma travessa.
Transfira o azeite usado na fritura para uma tigela e junte a pimenta e o sal. Bata em um batedor manual por 3 minutos – este é o momento em que se denomina o “pil pil” – até ficar com a consistência de maionese. É esta emulsão que regará os lombos do bacalhau. Mas antes de regá-lo, verifique se há necessidade de corrigir o sal.
Finalize com as fatias de alho fritas.

       Bom apetite!

Friday, June 27, 2014

Bacalhau à espanhola - Receita de D. Jacy


Passear pelo Rio tem muitas vantagens, disto ninguém duvida; mas toda vez que venho aqui visitar minha mãe, aproveito para fazer uma reciclagem e aprender algo novo de sua lavra culinária. Desta vez, tive a oportunidade de rever a receita do bacalhau à espanhola.
Um prato delicioso e fácil de fazer. Tudo bem que não é rápido, considerando-se que normalmente você tem de dessalgar o bacalhau. Mas vale a espera, considerando-se também que fica muito bom!
Observando o jeito de D. Jacy, vi-a aferventando o bacalhau dessalgado, para que a pele do bacalhau se desprendesse com mais facilidade. A carne era separada em lascas e reservadas. Lembrando que nesta receita, ela usou 1,5 kg de bacalhau do porto. Em uma panela com água quente, ela cozinhou 6 batatas inglesas de tamanho médio, cortando-as em fatias grossas. Enquanto isso, eu ia cortando duas cebolas em fatias finas para fazerem parte do molho de tomate.
Seis tomates grandes, sem peles e sem sementes, seriam refogados em azeite de boa qualidade (extra virgem, de preferência) com as fatias das cebolas e três dentes de alho bem amassados. Molho espesso, com pitada de sal suficiente para não salgar. Deixa-se de lado por alguns instantes, pois servirá ao final, na montagem do prato.
Quatro ovos cozidos pululavam na panelinha com água quente. Deixamos esfriar em água fria, para que ficasse mais fácil de retirar a casca.
Minha mãe usa uma forma refratária bem interessante, com tampa, o que facilita na hora de ir ao fogo sobre a trempe do fogão; mas você pode colocar em uma forma que possa ir ao forno, que o resultado será o mesmo.
A montagem é que dá o toque final na exuberância do prato. Hora dos encantos visuais e do cuidado para não babar no prato.
Cubra o fundo da forma com azeite e espalhe as lascas do bacalhau, cobrindo todo o fundo. Sobre elas, faça uma camada com as fatias das batatas e cubra-as com o molho de tomate. Cubra com uma leve camada de queijo parmesão ralado grosso e em seguida espalhe uma porção de azeitonas pretas (temperadas ou não). Finalize com os ovos cozidos cortados e uma porção de cebolinha cortadinha. Tampe a forma e leve ao forno por 10 minutos em fogo alto. Sirva em seguida.
Este prato não requer um acompanhamento, mas sabendo da preferência da maioria dos brasileiros, pode-se acompanhar o prato com um bom arroz simples ou mesmo com brócolis.
Um dia de aprendizado e um bom almoço com a família.

Friday, April 13, 2012

Lasanha de Bacalhau

 

    Fim de semana chegando, então é tempo de sair do trivial ou quem sabe incrementar um pouco a opção de fazer uma boa massa neste domingo.
     Ontem passei pelo supermercado e vi que tinha uma promoção de lascas de bacalhau do Porto, à R$19,00/kg. Uma oferta dessas é imperdível e me veio logo a idéia de fazer uma Lasanha de Bacalhau.
     Sei que alguns amigos portugueses torcerão o nariz por conta dessa receita; pois segundo eles, o bacalhau não deve ser misturado à massas em geral. Eu não quis questionar o porque deste "purismo" e exclusividade, pois acho que o bacalhau se dá bem com quase tudo - verduras, massas, arroz, pizzas. É claro que feijão com bacalhau é uma excentricidade que jamais me passou pela cabeça em fazer!
     Mas sei que a opinião deles não é, nem de longe, uma unanimidade; e como aqui no Brasil, a miscigenação é uma coisa tão natural, nada como fazer uma integração entre Itália, Portugal e Brasil, preparando este prato que é tão apreciado por um incontável número de pessoas.
     Os ingredientes são bem poucos, mas de prefrência na hora de comprar, pelos naturais, isto dará um sabor diferenciado e bem mais saudável.

Ingredientes

500 g de lascas de bacalhau do Porto
500 g de massa fresca (folhas) para lasanha
600 g de tomates sem pele e sem sementes
3 cebolas médias picadas
3 dentes de alho picados
1 colher de sopa de orégano
1 colher de chá de noz-moscada
500 g de muçarela ralada
azeite-extravirgem
sal a gosto
folhinhas de dill (erva-doce)

Modo de fazer

Dessalgue o bacalhau, de um dia para o outro, trocando a água de 2 em 2 horas. Cozinhe o bacalhau em azeite, por cerca de 10 minutos e reserve.
Em uma panela grande, aqueça o azeite e doure as cebolas e o alho. Adicione os tomates bem picados e um pouco de água para não queimar. Deixe refogando em fogo baixo, até o molho ficar espesso.Tempere com sal e a noz moscada. Reserve.
Cozinhe a massa fresca em água quente e faça uma primeira camada, em uma forma refratária, com fundo em azeite. Coloque uma porção das lascas de bacalhau e em seguida cubra com o molho de tomate e uma cobertura de muçarela ralada. Cubra com outra folha da massa e repita o procedimento até finalizar. Leve ao forno por 20 minutos, à temperatura de 180ºC. Deixe a muçarela gratinar. Retire do forno, decore com folhinhas de dill (erva-doce) e sirva ainda quente.

Bom apetite!

Esta receita serve 8 porções.

Wednesday, April 4, 2012

Cataplana de Bacalhau

 

     Que os patrícios de além-mar são exímios cozinheiros, disto nós do lado de cá, já sabemos a mais de 500 anos. E nesse período de convivência, fomos aprimorando técnicas e receitas em diversos pratos; mas cá pra nós, o jeito dos portugueses prepararem uma boa bacalhoada, é de tirar o chapéu, meu senhor!      
     Não decorei ainda, toda a diversidade de maneiras de se fazer este nobre peixe; que de norueguês, só tem a origem, pois o manejo e a ciência do fazer, vem das terras lusitanas.
    Como a páscoa, é o período em que ele se sobressai, o bacalhau ainda é senhor na preferência do cardápio domingueiro; e nada como mais uma boa receita, para vocês brindarem seus amigos e familiares. Desta vez, vamos conhecer o bacalhau feito na cataplana, que é uma panela típica da região do Algarve; com duas cubas articuladas unidas por presilhas, parecendo um marisco. Os alimentos são cozidos um pouco à vapor e um pouco na pressão. Se você não possuir um utensílio deste (desde já, coloque na lista de pedidos para algum amigo ou parente que more lá, traga uma de presente), use a tradicional panela de pressão, que dará um bom resultado também.

 

     Os ingredientes podem ser substituídos por outros, caso não goste de algum dos aqui indicados. Mas vamos ver se você resiste, ok!?

Ingredientes

500 g de bacalhau
3 colheres de sopa de azeite extra-virgem
20 vieiras (ou mariscos) com casca - que devem estar bem limpas
15 lagostins
1 pimentão vermelho cortado em quadrados
1 cebola média picada
2 dentes de alho picados
6 batatas médias e cortadas em cubos
2 folhas de louro (opcional)
1 colher de café de páprica picante (opcional)
sal a gosto
1 colher de sopa de salsinha picada

Modo de fazer

Dessalgue o bacalhau de um dia para o outro, trocando a água de 2 em 2 horas. No dia seguinte, coloque-o na cataplana (ou panela de pressão) com o azeite e os demais ingredientes. Tempere com o sal e leve ao fogo baixo (160ºC) por aproximadamente 30 minutos. Retire da cataplana, coloque-o em uma travessa e finalize com a salsinha picada.

Bom apetite!

Esta receita serve 4 porções.


Monday, April 2, 2012

Bacalhau ao forno

 
  
     Semana santa. Já estamos na época de pensarmos mais naquele que marcou a humanidade com suas palavras de amor. Nos abstermos de comer carne neste período é uma tradição secular, na qual o peixe é o prato principal do cardápio cristão.
     Comer bacalhau é uma opção adicional a tradição do natal, uma vez que podemos repetir a receita de sucesso ou fazer uma nova. Afinal, são várias e cada uma com sua característica própria de elaboração. Mas posso afirmar que todas são excelentes, ainda mais para quem gosta de bacalhau, como eu.
      Já publicamos algumas receitas de bacalhau aqui no blog e esta agora será mais uma a compor nosso acervo e ficará à disposição de nossos amigos. Que tenham uma boa semana e uma boa Páscoa!

Ingredientes

2 kg de bacalhau do porto em postas (o investimento vale o preço)
600 g de batata
1 maço de couve
500 g de cebolas pequenas (chalotas)
250 g de azeitona preta
4 ovos cozidos
1 colher de sopa de alcaparras
1 colher de sopa de alho granulado
Azeite extra-virgem
sal a gosto

Modo de fazer

Dessalgue o bacalhau, de um dia para o outro, trocando a água de hora em hora. Reserve. No dia seguinte, cozinhe os ovos e reserve. Descasque as batatas e retire os talos da couve. Em uma travessa, arrume as postas do bacalhau, sobre o fundo em azeite. Coloque as cebolas, as batatas, as couves (enroladas), as alcaparras e o alho granulado. Tempere com sal e regue generosamente com azeite. Cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido à temperatura de 230ºC por 40 minutos. Retire o papel alumínio e ponha para gratinar por uns 10 minutos. Finalize com os ovos cozidos, cortados ao meio e com as azeitonas pretas. Sirva quente.

Esta receita serve 10 porções.

Wednesday, March 21, 2012

Bolinho de Bacalhau


    Quem não gosta de bolinho de bacalhau? Não sei. É bem provável que exista; mas se existe, eu não conheço. Um petisco que faz parte da mesa do brasileiro, trazida por um português, chamado Carlos Bandeira de Melo, oficial do exército português. E que em 1904 escreveu o livro Tratado de Cozinha e Copa, oficializando a receita deste prato, típico da gastronomia portuguesa. A obra de Carlos Melo ( que adotava o pseudônimo de Carlos Bento da Maia) entrou para a história como a primeira a apresentar uma receita do prato.

   (…) Toma-se o bacalhau cozido, limpa-se de peles e espinhas, mistura-se com batatas cozidas e bastante salsa cortada em pedaços, e passa-se tudo pela máquina de picar. O polme resultante liga-se com leite e gemas de ovos e tempera-se com um pouco de sal fino e pimenta em pó. Bate-se a massa, à qual juntam-se as claras de ovos, previamente batidas em castelo, liga-se tudo rapidamente, tira-se a massa às colheradas, que tendem, fazendo-se passar de uma para outra, (as colheres molham-se no azeite fervente em que os bolos hão de ser fritos) e, em seguida e sucessivamente, põe a frigir. O azeite deve ser abundante, para que os bolos mergulhem nele sem tocar o fundo. Tiram-se do azeite com uma colher crivada e põem-se a escorrer. (…)

    Mas apesar do autor descrever a receita nos detalhes de seus ingredientes e do modo de fazer, ele não descreve as proporções destes; mas mesmo assim, notamos que esta receita serviu de base para todas as outras que existem nos dias de hoje.
Essa receita recebi de minha mãe, que por sua vez também recebeu de sua mãe. É um pouco diferente do que a receita do Carlos ensina, mas como é prática, imagino que vocês possam gostar de fazê-la e principalmente de comê-la!
     Um detalhe importantíssimo, é a escolha do bacalhau. Algumas pessoas usam o ling, que mais barato; porém, é mais fibroso. Eu prefiro usar lascas de bacalhau do porto, que normalmente são encontradas nos supermercados e têm uma relação custo benefício bem em conta – não têm tanto fiapo e você sente melhor o sabor do bacalhau.

Ingredientes

500 g de lascas de bacalhau do porto
1 generosa colher de salsinha picada
500 g de batata
1 cebola média picada
1 colher de café de noz moscada
Sal a gosto
2 ovos
2 xícaras (chá) de farinha de rosca *
Óleo de girassol para fritar

Modo de fazer

Dessalgue o bacalhau de um dia para o outro, trocando a água de hora em hora.
Após o dessalgue, escorra a água e leve-o à uma fervura em água quente por aproximadamente 3 minutos. Retire o bacalhau e reserve o caldo.
Embrulhe o bacalhau em um pano de prato e faça movimentos para a frente e para trás, para desfiar o bacalhau. Ponha em uma tigela e junte a salsinha. Reserve.
Cozinhe as batatas em rodelas no caldo do bacalhau reservado e passe pelo espremedor para transformar em purê. Atenção, para que o purê tenha uma consistência mais espessa (não deve ficar mole).
Misture o purê de batata com o bacalhau e acrescente a cebola. Tempere com a noz moscada e corrija o sal se necessário. Incorpore os ovos inteiros e misture até formar uma massa consistente.
Modele os bolinhos com a ajuda de duas colheres de sopa e passe-os na farinha de rosca e depois nas claras ligeiramente batidas.
Use como medida, uma colher de sopa, para fazer os bolinhos. Enrole-os na mão e leve para fritar. Você pode enrolar os bolinhos com a mão molhada para evitar que grudem.
Em uma panela, coloque o óleo, em uma quantidade suficiente para que o bolinho flutue e não encoste não fundo. Frite aos poucos em óleo bem quente e sirva em seguida.

*Para quem não puder comer farinha de rosca por causa do glúten, use somente 1 ovo no preparo da liga da massa, mantendo-a mais consistente.



Rendimento: 40 unidades pequenas

Sunday, January 1, 2012

Bacalhau a D. Luiz

 

   A primeira receita deste novo ano que chegou, não poderia deixar de ser a de um bom peixe. Neste caso, mais uma vez, optei por fazer um bacalhau. A receita é baseada na receita de D. Jacy - bacalhau a espanhola.
   Não sei se na Espanha alguém faz assim, mas como no Brasil a gente tem a mania de fazer adaptações de tudo que chega, em qualquer área do conhecimento. Política, filosófica, gastronômica, econômica, cultural e tantas e tantas outras coisas.
   Mas vamos deixar essa prosa de lado e vamos a receita. Ah! antes porém, um detalhe importante. Quando fizermos um prato para a passagem de um ano, não devemos fazer com animais que fuçam a terra (porco) ou que cisquem para trás (frango ou peru); pois dizem, que isso atrasa nosso sucesso no ano que se inicia. Então, por vias da dúvida, vamos de peixe, do reinado de Janaína - rainha do mar.

Ingredientes
1,5kg de bacalhau Cod Morhua (do Porto)
500g de batata
5 cebolas médias cortadas em pétalas
4 dentes de alho fatiados1 sache polpa de tomate (500g)
5 tomates sem pele e sem sementes
1 colher de chá de orégano
200g de azeitonas verdes recheadas com pimentão
azeite extra-virgem
sal a gosto

Modo de fazer

Dessalgue o bacalhau de um dia para o outro. 
No dia seguinte, afervente o bacalhau por cerca de uns 20 minutos. Corte-os em pedaços medianos e reserve.
Em uma frigideira alta, coloque azeite e frite as cebolas e as fatias de alho. Deixe dourar e acrescente os tomates; deixe cozinhando até amolecer o tomate. Acrescente a polpa. Tempere com o sal, a seu gosto. Adicione o orégano e misture bem.
Em uma panela com água fervendo com sal, cozinhe as batatas deixando-as ao ponto de corte para fatiar (nem muito mole, nem dura). Fatie-as e reserve.
Em uma travessa refratária alta coloque azeite no fundo e faça uma camada com as fatias de batatas. Cubra com um pouco do molho de tomate. Faça uma outra camada com os pedaços de bacalhau. Coloque azeite sobre eles e faça outra camada de batatas. Despeje mais um pouco de molho de tomates. Cubra com mais uma generosa camada de bacalhau. Finalize com azeite e as azeitonas. 
Cubra a forma com papel alumínio e leve-a ao forno em fogo médio (180ºC) por 15 minutos. 
Retire o papel e sirva imediatamente.

Feliz Ano Novo!!!!!!