Tuesday, April 19, 2011

O Tripeiro do Catete

 

      Sempre que eu passava pela esquina da Rua Almirante Tamandaré com Rua do Catete, no bairro de mesmo nome, via um triciclo estacionado sobre a calçada. Era daqueles com um “baú” de carga na frente. Era possível notar de imediato que tratava-se de um “açougue ambulante”. Mais propriamente, um açougue especializado em míudos de boi.
        Uma balança antiga pendurada, a tábua de corte e a faca cuidadosamente afiada, completam o cenário do local de trabalho de José Luís da Costa Silva. Filho de portugueses, 46 anos, divorciado, tem uma única filha (que garante, não herdará seu oficío), herdou o ofício de seu pai, Seu Diogo, há 30 anos. Profissão: Tripeiro.
         Bom de conversa, “observador” do ramo, procura dar um atendimento diferenciado a seus clientes. Afinal, a concorrência dos supermercados geralmente é desleal, com ofertas que testam a fidelidade de seus clientes.
Profissão que muitos desconhecem, mas que ainda hoje é possível encontrar quem a exerça. José Luís é o único dos três irmãos que interessou-se em seguir a profissão de tripeiro. José tem naquela esquina um ponto de encontro de fregueses, que com o tempo transformam-se em amigos.
Em seu "estabelecimento" José Luis atende uma freguesia diversificada, de todas as classes sociais, moradores ou não do bairro do Catete, que preferem suas mercadorias às do supermercado, por considerarem que ali têm um tratamento mais personalizado.
Vale fazer uma visita, o local é bem limpo, as carnes são bem conservadas em um reservatório refrigerado, o que mantém a qualidade das carnes. Além do mais, quem sobrevive há 30 anos no comércio já adquiriu a confiança necessária do público. Dobradinha, bife de fígado, rabada, mocotó, miúdos de porco, fazem parte de seu cardápio de carnes, que fazem parte da culinária popular brasileira.
José Luis se orgulha de seu trabalho, só lamenta, entretanto, que os hábitos de consumo de hoje privilegiem o grande comércio formal, retirando dos tradicionais trabalhadores da rua boa parte de seus fregueses.

Bife de Fígado com Cebolas

 
   
     O bife de fígado é, sem dúvida, um dos alimentos que possui a maior quantidade de vitaminas. Dos 11 tipos existentes, o fígado possui nove. Sendo assim, a ingestão de fígado é benéfica para diversos fatores, como auxílio no processo de recuperação e cicatrização, produção de glóbulos vermelhos, melhora na circulação sanguínea e na digestão e aumento na produção de anticorpos.
     Além dessas vantagens, esse alimento também é altamente recomendável para as mulheres, pois possui folato, que é importante na composição do material genético e no processo de divisão celular. A falta de folato na mulher pode acarretar problemas sérios para o feto em caso de gravidez.

Receita de um bom bife de fígado

Ingredientes

600g de fígado bovino em bifes
quanto baste de sal
1 dente de alho amassado
1 cebola média cortada em fatias grossas
3 colher de sopa de azeite extra-virgem

Modo de fazer

Tempere os bifes com sal, alho e 2 colheres (sopa) de vinagre. Deixe pegar gosto por aproximadamente 20 minutos. Aqueça bem a frigideira e coloque 2 colheres (sopa) de azeite. Atenção, pois a frigideira deve estar bem quente, mesmo. Coloque o bife. Bifes de fígado, como quaisquer outros bifes, não devem fritar demais, pois ficarão ressecados então, frite de uma lado e quando vir que já está moreninho, vire. Não fique virando de um lado para outro, a toda hora. Vire, de preferência, só uma vez. Dourando o outro lado, já está bom. Antes de colocar outro bife, veja se o azeite da frigideira é suficiente. Se precisar, ponha mais um pouquinho. Depois que todos os bifes estiverem fritos, junte um pouco mais de azeite na frigideira e acrescente a cebola fatiada. Dê uma mexida e frite mais um pouco, com atenção, para que as cebolas fiquem douradas, mas não murchas, pois são gostosas ainda crocantes.

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