Wednesday, August 8, 2012

Cento e cinquenta mil visitas

 
    Cento e cinquenta mil visitas. Nunca imaginei que um dia eu teria um lugar, onde tantas pessoas passariam para conhecer um pouco do que sei ou penso que sei, a respeito de um determinado assunto. Tampouco imaginei que o assunto seria “culinária”, e que me trouxesse tantos amigos.
    Faço um retrospecto de memória, buscando a origem deste conhecimento. De certo foi vendo minha avó cozinhando (mas ainda sem um olhar de aprendiz) e na sequência vendo minha mãe, talvez a principal responsável por ter entrado nesse universo. Pois na minha época de adolescente, tinha uma regra interessante, ditada por ela lá em casa: O almoço aqui é servido de meio-dia às duas. Depois deste horário é cada um por si! E a cozinha tem que ficar limpa do jeito que você encontrar! Esta regra ou “lei” era necessária, porque morando perto da praia, nem sempre os horários do almoço lá de casa coincidiam com meus interesses à beira-mar. Mesmo sendo eu, filho único, não tive regalias que outros amigos tiveram. Daí, quando eu chegava ou tinha que esquentar o que fosse preciso ou mesmo fazer alguma coisa mais simples; e fui tomando gosto pela coisa.
    Fui passando do ato do simples “esquentar” para me arriscar a fazer pratos mais elaborados – no meu entendimento na época. Espaguete com sardinha foi talvez, o primeiro da lista. Depois vieram as pizzas, o arroz com mariscos (feito geralmente, no bar do Manolo, situado na rua Correa Dutra, no bairro do Flamengo e que hoje não mais existe); peixes fritos também faziam parte do cardápio, juntamente com a evolução do espaguete, que passou a ser feito com camarões e pedacinhos de muçarela. Fazia por gosto e pela vontade de ver os amigos ficarem satisfeitos.
   A TV também exerceu sobre mim certa influência, pois vi minha mãe assistindo aos programas da Ofélia e de outras cozinheiras pioneiras da telinha. Olhava, me entusiasmava e pedia que ela fizesse aquela receita (que por sinal já estava sendo copiada em caderno de receitas e que guardo até hoje).
    Outra pessoa que não esqueço e que merece sempre ser lembrada é Flora. Casada na época com um grande amigo, Ismael Barbosa. Baiana de mão-cheia, Flora nos brindava com suas fantásticas receitas. Bobó de camarão, camarão na moranga, vatapá, peixe frito, assado, ensopado; enfim, uma variedade de pratos que eu acompanhava a execução, numa espécie de aula particular sobre culinária baiana.
   A vida me levou a caminhos profissionais bem diferentes do que sempre considerei um hobby. Só que agora, com a vantagem que a internet proporciona, em termos de visibilidade, outras pessoas passaram a conhecer um pouco mais do que gosto de fazer, dos pratos que gosto de saborear e das receitas que valido por suas excelências incontestáveis. Que fique bem claro, entretanto, que não sou um chef, no sentido que hoje em dia virou moda dizer, sou um aprendiz de cozinheiro, que gosta muito de cozinhar e de fazer amigos na mesma proporção.
    O blog Cozinhando com Amigos, surgiu de maneira despretensiosa, apenas como um lugar onde eu pudesse deixar registradas minhas receitas e publicar as receitas de amigos. Que fosse uma espécie de revista, onde pudéssemos conhecer um pouco mais além dos textos das receitas.
    Recebo visitas no blog, de pessoas do mundo inteiro, desconhecidos em sua grande maioria; outros apesar de não conhecê-los pessoalmente tornaram-se amigos, pela troca de receitas, experiências ou simplesmente por bate-papo mais informal a respeito de outros assuntos diferentes do universo gastronômico.
    Cento e cinquenta mil visitas. Agora um pouco mais. Agradeço a todos que por aqui passaram, aos que se tornaram seguidores e aos amigos que conquistei e que venho conquistando. A responsabilidade aumenta a cada dia “só” por conta disso; e quero continuar sendo merecedor da confiança e do carinho de todos vocês, desejando a todos....Bom apetite!

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