Há algum tempo, eu assisti a um
programa na TV, onde o jornalista e escritor Zuenir Ventura, falava a
respeito da miscigenação no Brasil. Muito interessante o exemplo
que ele deu, ao ilustrar sua idéia com o exemplo de como somos na
hora de comer. Reflexos da globalização? Não sei, mas me parece
mais, falta de educação no trato alimentar. Mas percebe-se que
houve uma mudança na mesa de algumas regiões, sem sombra de dúvida.
A chegada dos restaurantes
self-service
colaboraram para que isso acontecesse. A diversidade de pratos estava
ali, na frente do freguês, e como se come primeiro com os olhos, as
pessoas vão colocando no prato, tudo aquilo que mais lhes chamam a
atenção. Já vi baiano comendo salmão com acarajé, já vi carioca
comendo sushi com arroz e feijão; já vi paulista comendo macarrão
com quibe... e por aí vai. Parece até a instituição da “culinária
sem fronteiras” no prato de cada um.
Não, não tenho a pretensão de
dizer que isso está certo ou está errado. Por que sei que é o
modismo quem dita as regras dos costumes da sociedade e se querem
fazer desse modo que seja. O que considero que não devemos perder é
nossa identidade cultural, pois temos alguns pratos regionais que não
são do agrado do momento. Podemos ou devemos resgatar algumas
receitas tradicionais que se não fazem mais sucesso, já tiveram
seus momentos de importância no nosso cotidiano e mesmo na
literatura brasileira.
Jorge Amado é talvez, nosso
principal divulgador da culinária regional, pois através das
receitas de D. Flor e de Gabriela, seus leitores tomaram conhecimento
das maravilhas da comida baiana.
Por conta disso, fui buscar a
receita de um prato que sempre me chamou a atenção pela sua
excentricidade e naturalmente pelo seu sabor diferenciado e de
extrema qualidade – o Efó.
Na cultura africana, o efó é um
prato oferecido a Nanã – divindade das águas que representa a
memória ancestral de nosso povo – sendo a mãe de todos os outros
orixás.
Como disse alguém: Comer
este prato é como beijar ou andar de bicicleta, quando a gente
experimenta, nunca mais esquece (...).
Então vamos, conhecer este prato
que D. Flor e Gabriela encantaram seus respectivos amados e a todos
nós.
Ingredientes
2 xícaras de água
1 1/3 xícara de amendoim torrado e
moído
1 xícara de castanha de caju torrada
e moída
¾ de leite de coco
1/3 de xícara de azeite-de-dendê
¼ de azeite extra virgem
2 colheres de sopa de salsa picada
2 colheres de chá de gengibre ralado
250 g de camarão seco e descascado
2 maços de taioba em tiras
3 dentes de alho espremidos
2 cebolas grandes picadas
Sal a gosto
Fazendo
Bata no liquidificador o camarão, a
cebola, o alho, o gengibre, a salsa, as castanha, o amendoim e o sal.
Reserve.
Leve a taioba ao fogo médio, em uma
panela (de preferência de barro) com água e deixe ferver bem por
cerca de 30 minutos.
Adicione os temperos moídos, o leite
de coco e os azeites. Misture e cozinhe em fogo baixo, mexendo de vez
em quando por cerca de 1 hora, até ficar com uma consistência bem
pastosa.
Atenção: A taioba recebe uma série
de nomes diferentes, dependendo da região: erva-de-deus, bredo,
língua-de-vaca, major-gomes, maria-gorda, e maria-gomes. Se você
não encontrar essa verdura, use espinafre.
Vaya plato más suculento. Me encanta probar otras culturas culinarias.
ReplyDeleteEn éste caso, me temo que me será más dificil, ya que los ingredientes no creo que pueda encontrarlos por aquí.
Aun así, te felicito por la receta.
www.mibloguicodecocina.blogspot.com