Tuesday, August 7, 2012

Efó - Um prato preparado por Gabriela e D. Flor

 

Há algum tempo, eu assisti a um programa na TV, onde o jornalista e escritor Zuenir Ventura, falava a respeito da miscigenação no Brasil. Muito interessante o exemplo que ele deu, ao ilustrar sua idéia com o exemplo de como somos na hora de comer. Reflexos da globalização? Não sei, mas me parece mais, falta de educação no trato alimentar. Mas percebe-se que houve uma mudança na mesa de algumas regiões, sem sombra de dúvida.
A chegada dos restaurantes self-service colaboraram para que isso acontecesse. A diversidade de pratos estava ali, na frente do freguês, e como se come primeiro com os olhos, as pessoas vão colocando no prato, tudo aquilo que mais lhes chamam a atenção. Já vi baiano comendo salmão com acarajé, já vi carioca comendo sushi com arroz e feijão; já vi paulista comendo macarrão com quibe... e por aí vai. Parece até a instituição da “culinária sem fronteiras” no prato de cada um.
Não, não tenho a pretensão de dizer que isso está certo ou está errado. Por que sei que é o modismo quem dita as regras dos costumes da sociedade e se querem fazer desse modo que seja. O que considero que não devemos perder é nossa identidade cultural, pois temos alguns pratos regionais que não são do agrado do momento. Podemos ou devemos resgatar algumas receitas tradicionais que se não fazem mais sucesso, já tiveram seus momentos de importância no nosso cotidiano e mesmo na literatura brasileira.
Jorge Amado é talvez, nosso principal divulgador da culinária regional, pois através das receitas de D. Flor e de Gabriela, seus leitores tomaram conhecimento das maravilhas da comida baiana.
Por conta disso, fui buscar a receita de um prato que sempre me chamou a atenção pela sua excentricidade e naturalmente pelo seu sabor diferenciado e de extrema qualidade – o Efó.
Na cultura africana, o efó é um prato oferecido a Nanã – divindade das águas que representa a memória ancestral de nosso povo – sendo a mãe de todos os outros orixás.
Como disse alguém: Comer este prato é como beijar ou andar de bicicleta, quando a gente experimenta, nunca mais esquece (...).
Então vamos, conhecer este prato que D. Flor e Gabriela encantaram seus respectivos amados e a todos nós.

Ingredientes

2 xícaras de água
1 1/3 xícara de amendoim torrado e moído
1 xícara de castanha de caju torrada e moída
¾ de leite de coco
1/3 de xícara de azeite-de-dendê
¼ de azeite extra virgem
2 colheres de sopa de salsa picada
2 colheres de chá de gengibre ralado
250 g de camarão seco e descascado
2 maços de taioba em tiras
3 dentes de alho espremidos
2 cebolas grandes picadas
Sal a gosto

Fazendo

Bata no liquidificador o camarão, a cebola, o alho, o gengibre, a salsa, as castanha, o amendoim e o sal. Reserve.
Leve a taioba ao fogo médio, em uma panela (de preferência de barro) com água e deixe ferver bem por cerca de 30 minutos.
Adicione os temperos moídos, o leite de coco e os azeites. Misture e cozinhe em fogo baixo, mexendo de vez em quando por cerca de 1 hora, até ficar com uma consistência bem pastosa.

Atenção: A taioba recebe uma série de nomes diferentes, dependendo da região: erva-de-deus, bredo, língua-de-vaca, major-gomes, maria-gorda, e maria-gomes. Se você não encontrar essa verdura, use espinafre.

1 comment:

  1. Mi Bloguico de CocinaAugust 8, 2012 at 7:55 AM

    Vaya plato más suculento. Me encanta probar otras culturas culinarias.

    En éste caso, me temo que me será más dificil, ya que los ingredientes no creo que pueda encontrarlos por aquí.

    Aun así, te felicito por la receta.

    www.mibloguicodecocina.blogspot.com

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