Thursday, August 14, 2014

Cenas do Cotidiano - 1


O assunto é repetido, mas vale a pena ler de novo. Interessante que sempre que conversamos a respeito deste tema, mais eu tenho certeza de que pouco se faz para que ele não se repita. Qual assunto? Qualificação dos profissionais no setor de alimentação.

Cena do cotidiano

Hoje fui ao shopping, aqui em Brasília, almoçar em um restaurante franqueado de uma rede bem conhecida em São Paulo. Comida de boa qualidade com atendimento self-service. Boa variedade de pratos, saladas frescas e bem apresentadas; enfim, vale o preço pago. Pois bem. O que se espera (e eu já conheço a casa) é que o atendimento seja igual a qualidade do cardápio.
Peguei meu prato e fui me servir. Primeiro um pouco de salada. Opa! Olhem só! Uma bela moqueca...huuuummmm...e na etiqueta diz que é moqueca baiana.
Antes de me servir, porém, perguntei a bela funcionária que estava ali em pé diante das travessas e panelas, impecavelmente vestida, maquiada e de cabelinho preso em um coque milimetricamente arrumado.
- Que peixe é este da moqueca?
Ela me olhou com um sorrisinho e respondeu em tom professoral: - Moqueca baiana, senhor!
- Eu sei moça. Até aí eu já percebi, mas me parece que você não sabe que peixe é este.
- É claro que sim, senhor. O peixe é mo-que-ca!
A sorte dela é que venho trabalhando minha paciência, buscando compreender o jeito de ser das pessoas. Então, pedi-lhe gentilmente que fosse perguntar ao cozinheiro o nome do peixe. Ela virou-se e foi até a cozinha.
Fiquei ali, em pé, com meio prato servido de salada e arroz, aguardando a prestimosa funcionária.
Quando voltou, percebi de novo seu sorrisinho professoral. “Lá vem”! Imaginei eu, antevendo a resposta; e fui logo me antecipando.
- E aí? Já descobriu o nome do peixe?
A resposta não poderia ser melhor.
- Moqueca dourada, senhor!
        Segurei a vontade de rir. Poderia parecer a ela que eu estaria rindo dela.
      Mas estaria mesmo, ué!? Agradeci a presteza no atendimento a minha dúvida, me servi de duas postas de “moqueca dourada” e fui procurar uma mesa para almoçar.
Fiquei pensando no tamanho da responsabilidade do empresário em treinar seus funcionários e dar a eles mais qualidade profissional. Afinal, nem todos tem a obrigação de saber tudo sobre alimentação; principalmente os atendentes de balcão. É preciso que sejam treinados e que tenham um conhecimento pleno do que o restaurante oferece.
        Assunto velho e requentado, mas infelizmente, ainda atual.

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